Newsletter nr.51 - Out 2019

Ano 4 | Nr.51 | outubro 2019

EDITORIAL

III Workshop de Vacinas no Viajante e IV Reunião Científica 

O III Workshop em Vacinas e IV Reunião Científica da SPMV, realizou-se nos dias 10 e 11 de outubro de 2019, no auditório principal da Escola Superior de Tecnologias de Saúde de Lisboa (ESTeSL), situada na zona do Parque das Nações.

Tendo contado com a participação de peritos e especialistas nacionais e estrangeiros, procurou abordar as últimas novidades e discutir o estado da arte no que diz respeito às doenças dos viajantes e doenças emergentes. Foram também focadas as dúvidas da prática diária da consulta, beneficiando da possibilidade de discussão em conjunto por parte da maior parte dos especialistas médicos, enfermeiros e farmacêuticos envolvidos na consulta de Medicina do Viajante.

Estiveram presentes no evento 200 participantes inscritos (de um total de 205), o que revela a crescente importância e procura por parte dos colegas de obter atualização nesta área da Medicina em rápida expansão. A recente abertura da Competência em Medicina do Viajante por parte da Ordem dos Médicos, acreditamos que também poderá ter contribuído para a maior participação e procura.

Durante o Workshop foram apresentadas diversas vacinas tais como a nova vacina do Ébola, vacinas de doenças transmitidas por via aérea, febre tifóide e ainda sobre aquelas vacinas que ainda hoje somos confrontados com a eficácia da resposta imunitária: sarampo, poliomielite e meningite. Da parte da tarde, foram discutidas vacinas menos utilizadas: raiva, encefalite da carraça e encefalite japonesa, encerrando-se o dia com uma mesa dedicada às manifestações clínicas pós-vacinação.

Na Reunião Científica foram abordados temas como o papel que os mosquitos vetores desempenham na transmissão da maior parte das doenças tropicais, novas opções profiláticas e terapêuticas na malária e o microbioma e as dúvidas que persistem na consulta sobre diarreia do viajante; também tivemos a presença da Medicina Aeronáutica, focando as emergências em voo e as limitações às viagens de avião, e a discussão dos problemas da gravidez e viagens, com grande participação da assistência na discussão.

A reunião científica (no dia 11) terminou com a realização da Assembleia Geral anual da SPMV, com aprovação unânime do Relatório e Contas e Relatório de Atividades referente ao ano de 2018, bem como com aprovação unânime do Plano de Atividades e Orçamento para o ano em curso.

No final, ficou a promessa de se repetir nos próximos anos de mandato da atual Direção, esta opção de junção do Workshop em Vacinas e a Reunião Científica num evento conjunto, bastante elogiada pelos presentes e a permitir a presença de convidados estrangeiros de maior relevância.

                                                 Dinarte Nuno Viveiros, Vogal da Direção

ATUALIDADES NA MV

Um surto de febre tifóide causado por Salmonella Typhy extensivamente resistente grassa no Paquistão. O surto foi iniciado em Hiderabad em Novembro de 2016 e espalhou-se por todo o país. Foram reportadas várias mortes por infeção por esta bacteria multirresistente nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unidos, Dinamarca e Austrália, em viajantes regressados do Paquistão. Campanhas de vacinação nas áreas mais afetadas do país e medidas preventivas relativas a lavagem das mãos e práticas seguras quanto a águas e alimentos  foram implementadas de forma a controlar a situação.

Um surto de poliomielite foi reportado nas Filipinas, causado por um poliovirus associado à vacina da polio oral. A recomendação é que todos os viajantes tenham a vacinação completa da polio e os adultos devem fazer um único reforço para a vida da vacina. Contudo, se a estada nas Filipinas for superior a 4 semanas, o governo da Filipinas pode obrigar a mostrar prova de vacinação da polio ao sair do país. Nesse caso, a vacina da polio tem de ser efetuada entre 4 semanas a 12 meses antes de deixar as Filipinas.

O surto de febre amarela na Nigeria, com início em setembro de 2017, estendeu-se agora a todo o país, nos 36 estados e no território da capital federal. Estão recomendadas medidas de proteção da picada de insectos. A vacina antiamarílica é obrigatória. Viajantes que não possam fazer a vacina devem evitar viajar para a Nigéria.