Ano 10| Nr.92 |fev 2025

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Editorial

Turismo Responsável

Viajar parece fazer parte da natureza humana. O conceito de viagem inclui, no entanto, muitos tipos, motivações e modalidades diferentes de viagens, que influenciam os riscos de problemas de saúde durante ou após o trajeto. Na literatura clássica, viajantes famosos como Heródoto, Giovanni da Pian del Carpine, Marco Polo, Ibn Battuta e Chang-Chun, entre outros, fornecem relatos detalhados dos seus extensos, longos e muitas vezes perigosos esforços para, fundamentalmente, conhecer o Outro.

No século XIX, à medida que cada vez mais indivíduos ricos começam a viajar por motivos recreativos, o conceito de turismo começa a ganhar impulso. Uma definição interessante da diferença entre um turista e um viajante é dada por Paul Bowles: “Enquanto o turista geralmente regressa a casa ao fim de algumas semanas ou meses, o viajante, pertencendo não mais a um lugar do que a outro, move-se lentamente, ao longo de períodos de anos, de uma parte da terra para outra” (in “O céu que nos protege”). 

O número de turistas aumentou exponencialmente durante os últimos 50 anos, passando de cerca de 25 milhões de chegadas internacionais de turistas em 1950, para 56 vezes mais (1,4 mil milhões) em 2018 (UNWTO). Esta massificação das viagens internacionais por motivos recreativos está sobretudo relacionada com a oferta de voos intercontinentais baratos, e nas últimas décadas, de voos “low cost”, disponíveis graças a subsídios no querosene para aviação, assim como uma redução dos salários das tripulações e do conforto a bordo. Viajar em turismo tornou-se um produto de consumo de massa.

Esta massificação do turismo resulta numa pressão considerável sobre o meio ambiente e estruturas sociais das áreas de destino, para além de contribuir para o aquecimento global e suas consequências nefastas, inclusive na saúde dos viajantes e das comunidades das áreas de destino. Estima-se que as emissões relacionadas com viagens deverão perfazer 12% do total das emissões de gases com efeito estufa em 2025.

Várias entidades têm desenvolvido recomendações para o desenvolvimento de um turismo responsável, de forma a reduzir o impacto negativo da sua massificação e torna-lo sustentável. As diretrizes para um turismo responsável incluem como medidas principais: a proteção do ambiente, o respeito pelas culturas locais, a obtenção de benefícios mensuráveis para as comunidades locais, a conservação dos recursos naturais e a minimização da poluição.

O grupo de trabalho sobre turismo responsável da ISTM, que visa promover a prática ética da medicina de viagens e aumentar a consciência sobre o impacto nas comunidades locais e no ambiente do turismo de cruzeiros, do voluntariado em saúde, turismo de natureza, e turismo sexual, disponibiliza várias “info sheets” sobre este aspectos (https://www.istm.org/responsible-travel/).

 A UNWTO disponibiliza na sua página sobre Código Global de Ética no Turismo, informação sintética para os viajantes responsáveis (https://www.unwto.org/responsible-tourist). Esta entidade valoriza o turismo ético como forma de promover um futuro mais sustentável para os destinos, as comunidades e os viajantes. 

Acreditamos que é obrigação moral do profissional de medicina de viagem aumentar a consciência dos viajantes sobre este tema.

 

Prof. Dr. Jorge Seixas

MD, PhD and Tropical Medicine specialist at Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT)

 

 

A História da SPMV Contada por Todos Nós – Partilhe as Suas Memórias!

Caros sócios e amigos da Sociedade Portuguesa de Medicina do Viajante,

Este ano, celebramos um marco especial: o 10.º aniversário da SPMV! Uma década de compromisso, crescimento e partilha na Medicina do Viajante merece ser recordada e celebrada. Para assinalar esta ocasião única, queremos criar um livro comemorativo que conte a nossa história, reviva os momentos mais marcantes e preste homenagem a todos os que tornaram este percurso possível.

Mas este livro não estaria completo sem vocês! Queremos que ele reflita não apenas a evolução da SPMV, mas também as memórias e experiências que partilhámos ao longo dos anos.

Se tiverem fotografias de atividades da SPMV entre 2015 e 2024—congressos, encontros científicos, formações ou qualquer momento marcante—partilhem connosco! O vosso contributo será essencial para trazer vida a este livro e garantir que cada página espelhe o que construímos juntos.

📩 Envie as suas imagens para [email protected] até 30 de abril de 2025.

Juntos, vamos construir este livro e celebrar a viagem da SPMV com as memórias que mais nos orgulham!

 

Gabriela Saldanha

Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina do Viajante

FICHA TÉCNICA

Direção da SPMV 2024-2026

Dr.ª Gabriela de Lacerda Saldanha
Médica de Saúde Pública
Autoridade de Saúde Coordenadora da USP Baixo Tâmega - ULS Tâmega e Sousa
CVI Porto- ULS Santo António
Presidente


Prof. Doutor Nuno Marques
Médico Infeciologista
Vogal Executivo do CA da ULS da Arrábida
Vice-Presidente

Dr.ª Sandra Xará
Médica Infeciologista
Coordenadora do CVI Hospitalar da ULS Santo António
Secretária-Geral

Enf. André Silva
Enfermeiro Saúde Comunitária
Responsável do CVI Hospitalar da ULS Santo António
Vogal Tesoureiro

Dr. Davy Fernandes
Médico de Saúde Pública
Autoridade de Saúde da USP Baixo Tâmega - ULS Tâmega e Sousa
CVI Porto - ULS Santo António
Vogal Secretário

Mesa da Assembleia Geral 

Profª. Doutora Cândida Abreu
Médica Infeciologista
ULS São João
Presidente

Dr. Luís Trindade
Médico Infeciologista
ULS Coimbra
Vice-Presidente

Dr. Ismael Selemane
Médico de Saúde Pública
ULS Litoral Alentejano
Secretário

 

 

Conselho Fiscal 

Prof. Doutor Luís Varandas
Médico Pediatra
ULS São José
Presidente

Dr.ª Sueila Martins
Médica Infeciologista
ULS Trás-os-Montes e Alto Douro
Vice-Presidente

Enf.ª Alice Manuela Pinto
Enfermeira Saúde Comunitária
Serviços de Saúde e de Gestão da Segurança no Trabalho da Universidade de Coimbra
Vogal

  

 

 

 

 

Supervisão e apoio Técnico Informático

SIMPOSIUM DIGITAL

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